sexta-feira, 15 de março de 2013

Sorvete de Soja


A preocupação crescente dos consumidores em modificar seus hábitos alimentares, buscando produtos menos calóricos e que tragam benefícios à saúde, exige o desenvolvimento de novas linhas de produtos com características nutricionais especiais a base de cereais e leguminosas, que possam suceder com vantagens os convencionais, elaborados à base de proteína animal. 

Nos últimos anos, a soja vem sendo muito estudada, em razão de seu potencial na prevenção e no tratamento de doenças crônicas. Pesquisas têm mostrado que as isoflavonas, substâncias químicas abundantes nessa leguminosa, inibem a proliferação celular e abaixam o colesterol, atributos relevantes na prevenção e no tratamento de doenças  cardiovasculares, câncer, osteoporose e sintomas da menopausa.

Além disso, suas propriedades antioxidantes diminuem a quantidade de radicais livres no organismo retardando o envelhecimento precoce. Os alimentos a base de soja ainda sofrem resistência ao consumo por causa do seu sabor tido como desagradável. No entanto, o desenvolvimento de pesquisas com soja tem propiciado um aumento gradativo do uso dessa leguminosa. 

A indústria brasileira passou a utilizar a soja e derivados em combinação com outras matérias-primas, especialmente cereais, reduzindo o custo e gerando produtos com maior conteúdo protéico. Apesar disso, o Brasil, segundo maior produtor mundial de soja, utiliza somente 3% do total da produção para alimentação humana.

O sorvete ou gelado comestível é um produto tradicional, altamente consumido pelas diferentes faixas etárias.  A aceitação de um determinado sorvete não depende exclusivamente do seu sabor e aparência, mas também de propriedades físicas como textura e propriedades de derretimento.

Baseado nestes conceitos, a chinesa de nascimento e brasileira por opção, a bioquímica Sin Huei Wang, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), e a engenheira de alimentos Renata Torrezan, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), desenvolveram o sorvete de soja.

Mas como fazer sorvete sem leite? Foram feitos vários testes no laboratório, numa corrida pela receita mais nutritiva e saudável. Tira a casca da soja, separa o grão, cozinha e tritura. E tem uma razão para fazer a massa com o grão de soja descascado e não usar o extrato, o leite de soja: “No caso de utilizar o grão, a gente vai ter uma concentração muito maior de proteína nessa massa de soja, porque, quando a gente faz o extrato a partir do grão de soja, a gente perde de 70% a 80% da proteína. Então, nessa massa, nós temos maior concentração de proteína”, explica a engenheira de alimentos Renata Torrezan, da Embrapa. 

A massa substitui o leite de vaca, bom para quem tem intolerância a lactose. E as vantagens não param aí. “Tem menos de 80% de gordura, 50% menos de caloria e ainda tem fibra”, afirma a nutricionista Elaine Souza Lima, da UFRRJ. “A gordura que ele tem é uma gordura boa. São os ácidos graxos poli-insaturados que são os ácidos que têm o papel na diminuição do colesterol ruim”, diz Elaine. 

Que a soja faz bem todo mundo sabe, mas como evitar aquele gosto de feijão cru? Os grãos de soja passaram por um tratamento térmico que tira esse sabor forte da soja. As essências são as responsáveis por contribuírem para que os sabores sejam atrativos.  

O sorvete sem leite e com massa de soja já é comercializado. Comprovando seus benefícios, ele se tornou uma ótima escolha tanto para todo o público, desde as pessoas que têm intolerância a lactose, até crianças que buscam o melhor sabor e ao mesmo tempo precisam de alimentos saudáveis. 


Fontes: www.revistas.unicentro.br
www.g1.globo.com